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“A ARTE AFRICANA PODE E DEVE TER LUGAR NO MUNDO DA ARTE MUNDIAL”

Ao perceberem que a falta de apoios e a fraca presença de promotores reduz consideravelmente as oportunidades de “artistas incríveis, que não conseguem promover de forma eficaz o seu trabalho e, consequentemente, capitalizar o mesmo e ter uma profissionalização”, Laura Leal e João Boavida decidiram criar a Afrikanizm, “uma plataforma de promoção e venda de Arte de artistas contemporâneos Africanos” destinada a dar voz e mostrar esse talento ao resto do mundo através da transformação digital.

“O nosso objectivo é mostrar que a Arte africana pode e deve ter lugar no mundo da Arte mundial, enquanto participamos activamente na promoção da cultura em Angola”, afirmam os dois fundadores.


Criaram de raiz uma plataforma que funciona em três níveis diferentes: o online, com a venda de Arte através de e-commerce no website; o agenciamento, onde potenciam o talento, procurando trabalhar com instituições, galerias e empresas privadas para a criação de iniciativas que permitam a promoção dos artistas; e um canal privado, onde trabalham de forma bastante próxima com uma base de clientes e investidores de Arte em Angola e no resto do mundo.


Actualmente, negoceiam quatro categorias de obras – pintura, fotografia, colagem e digital – de artistas, que encontram na Afrikanizm “a possibilidade de vender as suas obras, sem nenhum contrato de fidelização e com uma das comissões mais baixas do mercado, quando comparada com a de outros players”, defendem. A esta vantagem juntam-se a flexibilidade e a não existência de exclusividade, que permitem aos artistas explorarem várias oportunidades para a construção da sua carreira.

Seleccionados através de um processo de scouting, baseado sobretudo numa pesquisa intensa na Internet e redes sociais, através do histórico de exposições em galerias, parceiros e outros eventos, traçam o background de cada artista, o que permite uma selecção com base nos parâmetros de qualidade internacionais e a oferta da diversidade que o cliente final procura. Entram então em contacto directo com os artistas a quem explicam de forma detalhada o propósito da plataforma e os seus benefícios. “Tem sido um processo super gratificante, tendo em conta o voto de confiança que temos recebido”, dizem. Num curto espaço de tempo construíram uma base de mais de 45 artistas que representam oito países africanos – Angola, África do Sul, Nigéria, Burkina Faso, Moçambique, Egito, Gana e Quénia – na maioria, angolanos e nigerianos.


Pioneiros nesta nova área de negócio reconhecem que as maiores dificuldades que enfrentam são no âmbito logístico e tributário, onde existe “muito pouco conhecimento relativamente aos processos tributários e documentais necessários para a exportação de Arte”. Tendo ultrapassado com sucesso todos estes desafios, confessam-se também surpreendidos com o engajamento que têm tido por parte dos clientes, "o mais gratificante da viagem”, admitem. Uma viagem que conta já com mais de 100 obras vendidas, na companhia de artistas como os angolanos Adilson Vieira, Don Sebas Cassule, Evan Cláver, Lino Damião ou José Silva Pinto, o moçambicano Sebastião Coana, a egípcia Sherin Elbaroudi, a sul-africana Akissi ou o nigeriano Duke Asidere, para citar apenas alguns.


Texto: Susana Gonçalves

Revista Austral, edição n152, Agosto/Setembro de 2022



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