top of page

"O Laboratório do Futuro”, Bienal de Arquitectura de Veneza 2023

A Bienal de Arquitetura de Veneza de 2023 embarcou numa viagem transformadora, ao colocar a África e os seus talentosos artistas na vanguarda da cena artística internacional. Com a curadoria de Lesley Lokko, a Bienal deste ano abraça o tema "O Laboratório do Futuro". Ao destacar a brilhante criatividade e as diversas visões dos artistas africanos, a exposição, que está disponível até ao dia 29 de Novembro, desafia o domínio histórico eurocêntrico, celebra o património cultural de África e abre caminho para um mundo, na arte, mais inclusivo e globalmente representativo. Dos 89 participantes apresentados na exposição principal da Bienal, mais de metade são oriundos de África ou da diáspora africana.


A instalação do V&A, que também inclui um vídeo de 30 minutos, tem como objetivo "complicar a história do modernismo tropical, envolvendo e centrando as perspectivas africanas". Andrea Avezzu', La Biennale di Venezia (fonte: euronews.culture)


A representação inédita de África na Biennal de Arquitectura de Veneza, reúne talentos africanos estabelecidos e emergentes, que realçam a profundidade e a riqueza da expressão artística que existe no continente africano. Entre os participantes consagrados, encontra-se Francis Kéré, o primeiro africano a receber o prestigiado Prémio Pritzker, que deu contributos significativos para a arquitetura; Olalekan Jeyifous, nigeriano, conhecido pelas suas instalações imaginativas e futuristas, que apresentam visões brilhantes de uma África livre dos vestígios do colonialismo, e Mariam Kamara, também nigeriana, que celebra o património arquitetónico de África através das suas estruturas históricas, que reforçam a importância de recuperar narrativas e de expandir o leque de referências arquitetónicas.


Serge Attukwei Clottey, um artista do Gana, costurou pedaços de galões de óleo amarelos - normalmente utilizados em África para armazenar e transportar água - para a sua peça "Time and Chance". Marco Zorzanello, via La Biennale di Venezia.


Além disso, o tema deste ano aborda duas preocupações globais imperativas: a descolonização e a descarbonização. Os artistas e os arquitectos africanos debruçaram-se sobre estes temas, que oferecem novas perspectivas sobre a redefinição do ambiente construído de uma forma mais sustentável e equitativa. As suas obras aprofundam a complexa interação entre a história, a cultura e o ambiente, que desafiam as narrativas existentes e que idealizam um futuro que seja consciente e socialmente inclusivo.


"Afritect" do MASS. Nesta obra, os membros do estúdio do MASS em África discutem o significado de várias palavras da língua nacional do Ruanda. Crédito: Matteo de Mayda, via La Biennale di Venezia


Este evento histórico, ao apresentar participantes africanos de renome ao lado de talentos emergentes, criou uma plataforma de diálogo, de inspiração e de possibilidades transformadoras. À medida que o mundo da arte abraça esta mudança significativa, há que reconhecer o profundo impacto dos artistas africanos e as suas contribuições para moldar o futuro da arte e da arquitetura em todo o mundo.

3 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo
bottom of page